Espaço de discussão e reflexão sobre a MEMÓRIA/TEMPO na construção do espetáculo de dança contemporânea "INPUT" da desCompanhia de dança. O projeto foi contemplado pelo Edital de Dança de Produção da Fundação Cultural de Curitiba e será estreado no dia 05 de Junho de 2014 no Teatro Kraide do Portão Cultural em Curitiba. Para maiores informações sobre a cia favor acessar o nosso blog www.descompanhia.blogspot.com

domingo, 30 de março de 2014

Sobre a obra

Este projeto da desCompanhia de dança tem o tempo como questão, numa abordagem na qual a memória surge como um elemento provocador para a construção dramatúrgica do trabalho. Como o passado determina e/ou se relaciona com o presente e com o porvir? Como passado, presente e futuro atravessam o corpo do bailarino? E, ainda, de que maneira é possível tecer temporalidades cênicas que transgridam a noção cronológica de tempo do artista e do espectador? Para Proust, cada vez que rememoramos um fato ou uma situação vivida, perdemos um novo pedaço desta memória. Quanto mais a tentamos capturar, mais a perdemos. Qual é a diferença entre memória e lembrança? E o que dizer das memórias do corpo? Onde ficam guardadas e como são resgatadas?

Estas são algumas das perguntas que temos interesse em vasculhar e mover através da nossa dança e convidamos o bailarino, coreógrafo e pesquisador Tuca Pinheiro, de Belo Horizonte – Minas Gerais, para nos auxiliar nesta tarefa. Pela primeira vez a companhia investe em uma estrutura de direção compartilhada, que vem de encontro com as nossas necessidades atuais de experimentar novos formatos de pesquisa. Queremos ser provocados por um novo olhar - um olhar que, por estar distanciado do trabalho diário da companhia, possa nos revelar outros ângulos sobre a criação artística em dança e outros possíveis entendimentos relativos ao movimento. Tuca surge então neste projeto como um provocador, ensaiador e colaborador dramatúrgico.

Objetivamos ainda trabalhar na sensibilização e formação de plateia, tanto através das contrapartidas sociais (quando a formação de plateia acontece de uma maneira mais direta e direcionada) quanto através das apresentações abertas ao público espontâneo, tendo em vista que o acesso ao espetáculo e às contrapartidas sociais será gratuito. Além disso, acreditamos que o tema proposto e a maneira como pretendemos abordá-lo potencializam esse trabalho de sensibilização da plateia por tratarmos de questões inerentes a todos nós, artistas ou não. Queremos, portanto, construir um espaço democrático de experiência estética, onde as questões particulares dos bailarinos possam comunicar-se com os espectadores e gerar neles novas questões e reflexões.

Esse projeto surge, portanto, da necessidade conjunta dos integrantes da desCompanhia de renovação constante nas suas configurações de trabalho, a fim de alcançar resultados artísticos que, a partir da crença no potencial transformador da arte, fortaleçam o diálogo da dança com a sociedade e que se mantenham conectados com o que se pensa e se produz em dança na atualidade.

Equipe desCompanhia

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